quarta-feira, 22 de abril de 2009

Céu e Inferno. Do humor clássico ao negro

Rafinha Bastos, Marcelo Tas e Marco Luque. Representantes da nova tendência do jornalismo brasileiro

Por Leonardo Souza

Perguntas sarcásticas, expressões com duplo sentido, palavras irônicas. Quem já não morreu de rir ou pelo menos ensaiou um sorriso de “canto de boca” ao assistir um arrogante político passando por saias-justas em pleno horário nobre da tv. Estes são alguns dos atrativos do jornalismo bem-humorado, estilo crescente na mídia brasileira e muito bem representado pelos “homens de preto” do programa da rede Bandeirantes, CQC, Custe o Que Custar.

O formato, porém, não é novidade. Nos anos 80 o ator Marcelo Tas (coincidência ou não, o mesmo que comanda a atração semanal da Band, CQC) fez sucesso com o personagem humorístico Ernesto Varela, um repórter que ironizava personalidades políticas com perguntas desconcertantes. Varela ficou conhecido nacionalmente por perguntar ao deputado Paulo Maluf se ele concordava em ser chamado de corrupto. O político, surpreso, deu as costas e deixou a sala onde era entrevistado.

Outro velho conhecido no país, por misturar humor com “pitadas” de jornalismo é o programa Pânico na TV, da RedeTV, que vai ao ar aos domingos, a partir das 20h30. A atração famosa pelas entrevistas dos repórteres Vesgo e Sílvio, também é alvo de criticas, acusada de extrapolar os limites éticos. E essa questão deve ser abordada pelos defensores do estilo: Existe limite para o humor no jornalismo?

Prática comum nos impressos populares, as sacadas “bem humoradas” do jornalismo atual podem soar como uma agressão aos princípios éticos da profissão e ir além da característica básica da informação. Como aconteceu em uma edição do diário carioca O Dia, que retratou o afastamento do ator protagonista da novela Negócio da China, Fábio Assunção, da Rede Globo, por dependência de cocaína, com a manchete “Fábio Assunção dá um tempo na carreira”.

Entretanto em tempos de “desgraça” onde assassinatos, escândalos e tragédias tomam conta dos noticiários, a mistura humor e informação pode ser considerada uma ferramenta importante para resgatar leitores cansados da realidade negativista. Seria uma forma de amenizar as dificuldades e aumentar as vendas na banca. Um eufemismo em prol da economia dos jornais.

É evidente que o estilo já tem espaço cravado na mídia brasileira, seja de forma apelativa ou não. A cautela, porém, não pode ser deixada de lado, pois o jornalismo deve acima de tudo informar, não apenas ser “engraçado”. È o que nossa mãe sempre dizia: “Doce em excesso faz mal meu filho”. É mamãe, humor também!


Pânico na TV! Questionado por exceder o limite do humor na informação

Aproveitando a onda de questionamentos sobre o humor e a informação, na próxima postagem você confere aqui a entrevista concedida pelo repórter e humorista Oscar Filho, do CQC, durante passagem por Lorena-SP.

Não perca!

7 comentários:

  1. Bom tema na escolha da postagem.
    Realmente, Jornalismo e humor tem andado de mãos dadas. Porém, uns sabem usá-lo de forma atrativa, já outros, passam dos limites. O Programa CQC sabe unir o "útil ao agradável" e tomar posição frente a assuntos que precisam serem mostrados e discutidos na sociedade. Já o Pânico na TV se perde nessa hora e vira comédia total. Não considero um programa ruim, mas também, não o vejo como Jornalismo Bem-Humorado!

    Abraços

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  2. Léo.. Parabésn pelo texto.. Simplesmete ótimo, coerente. adorei!!
    Nem parece o aluno de redação da Daniela.. hahaha..
    ah é mesmo, quem tirava nota baixa era eu! rs.
    te adoro, vc me surpreende cada dia mais com seu crescimento (não te estura é claro)!
    beijos. te cuida

    Ass: moradora da porta nº 1!

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  3. apesar das vantagens no humor vinculado Às informações, eu não suporto CQC... :/

    vc escreve bem cara!

    abraços! (nessullius)

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  4. Nossa Léo vc simplesmente ARRASOU no seu texto, ele esta "felomenal".
    Acho que até que vou fazer uma "abaixo assinado" para que o meu ilustre colega de jornalismo não seja mais taxado como jornalista "esportivo", na verdade vc arrasa em todas as áreas, me sinto muito orgulhosa de vc.
    Abraços.

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  5. Carol...

    As pessoas ja perderam a paciencia com o Pânico mesmo...no começo era tudo muito legal..mas em alguns momentos percebemos que eles passam do ponto...

    Já o CQC...ta na fase do começo..assim como o Pânico esteve um dia.

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  6. Marianna Sobrinho..

    Haha..deixa a Tia Dani pra lá..

    rs

    Obrigado pelo comentário...

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  7. Flavia (Registros de uma réporter)

    Abaixo assinado é bom heim...um dia deixo esse rótulo de jornalista esportivo de lado..

    Bem..só até começar a aparecer por aqui posts de esporte..

    Hehe

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