segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pesquisas apontam que jovens brasileiros fumam cada vez menos

“Em 20 anos, número de fumantes entre 18 e 24 anos cai mais de 50%”


Por Leonardo Souza


Símbolo de status e figura marcante na história dos jovens brasileiros, o cigarro parece ter o reinado ameaçado com a queda de sua popularidade nas ultimas décadas. Estudos apontam que o consumo de tabaco entre os jovens caiu mais de 50% nos últimos anos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, em 2008, 14,8% dos jovens entre 18 e 24 anos tinham o hábito de fumar, contra 29% em 1989.

Segundo o psicólogo, Mauricio Lima, a queda no número de jovens fumantes se deve à quantidade de informações referentes aos malefícios do cigarro e a maior consciência dos adolescentes. “Antigamente o cigarro era sinal de glamour e independência e isso era retratado no cinema, na TV e nas propagandas. Hoje em dia as pessoas têm conhecimentos científicos e casos diários de mortes causadas pelo cigarro que demonstram como o uso faz mal”.

Entretanto, se o número de jovens fumantes brasileiros diminui, a idade com que experimentam o cigarro também é cada vez menor. Segundo a médica pneumologista, Simone Verdaccio, a idade com que o jovem começa a fumar caiu dos 15 para 13 anos. “Por sua vulnerabilidade peculiar, os adolescentes estão mais propícios ao vício. A indústria do tabaco sabe disso. O jovem não pensa no amanhã. Ele acha que tem total domínio e controle, mas de seis meses a dois anos de uso, perde a autonomia”.

O ato de fumar cigarros era fato raro até o final do século 19. A planta, cientificamente chamada de Nicotiana Tabacum, era encontrada como fumo para cachimbo, rapé, tabaco para mascar e charuto, até então ser comercializada sob a forma de cigarro. O uso se disseminou entre os soldados durante a Primeira Guerra Mundial e se espalhou pelo mundo, chegando à marca de 200 bilhões de unidades consumidas em 1930, somente nos Estados Unidos.

Para o estudante de Jornalismo, Oswaldo Corneti, de 27 anos, o jovem começa a entrar no vício por conta da necessidade de se afirmar em grupo e pela influencia dos familiares. “Meu pai fuma e, na minha família, alguns tios e primos também fumavam. Isso influencia. Afinal, quando você é pequeno, vive formando suas opiniões e gostos através das pessoas que admira”.

Fumante desde os 14 anos, Oswaldo confessa que já tentou deixar o vício por duas vezes, mas não conseguiu ficar sem o cigarro por muito tempo. “Quando estou eufórico ou tenso, chego a fumar um maço por dia. Não tem hora específica para o cigarro. Pode ser após as refeições, após tomar café ou quando estou tomando alguma bebida alcoólica”, revela.

Mesmo com a diminuição no número de fumantes, o cigarro ainda é considerado o grande problema de saúde publica, chegando a matar cerca de cinco milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vício aumenta o risco de mortalidade por doenças coronarianas, hipertensão arterial, acidente vascular encefálico, bronquite, enfisema e câncer. Dentre as neoplasias relacionadas ao uso do tabaco, estão os cânceres de pulmão, laringe, cavidade oral, faringe, estômago, fígado, esôfago, pâncreas, bexiga e colo de útero.

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