quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ano Gordo, Cofres Vazios


Malas, roupas, dinheiro no bolso, jogos para as crianças, revisão no carro. O brasileiro se prepara para mais um feriado prolongado, em um ano “gordo” de folgas. Com esse calendário (a) típico, há quem diga que o povo de cá, além de samba e futebol, adora uma boa sombra e água fresca.

E o título “povo folgado” pode ser comprovado em números. Um levantamento feito pelo site feriados.net mostra que o Brasil lidera a lista dos países com o maior número de feriados no mundo. Serão 20 dias de descanso em 2009, incluído os pontos facultativos, mas sem contar os feriados municipais e estaduais, contra 13 na Argentina, 14 em Portugal e 16 no Japão.

Enquanto alguns setores, como o turismo, aprovam e muito anos como este, outros “torcem o nariz”. Especialistas apontam que com os feriados o país pode chegar a perder em 2009, cerca de R$ 155 bilhões. A pausa de um dia na economia representa, este ano, um déficit de R$ 12,9 bilhões.

E para tentar amenizar o quadro, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, aprovou um projeto no começo do mês, que promete acabar com os feriados prolongados. A proposta estabelece que, quando o feriado for no meio da semana, será adiado para a sexta-feira.

A proposta que foi analisada em caráter conclusivo, segue agora para o Senado. O que me conforta é saber que o destino dos nossos feriados está nas mãos de especialistas no assunto. Afinal, alguém já viu um deputado trabalhando os cinco dias da semana?

Feriados 2009

1º de Janeiro (5ª-feira) - Confraternização Universal - Feriado Nacional
23 de fevereiro (2ª-feira) – Carnaval - Ponto Facultativo, pagã/religiosa
24 de fevereiro (3ª-feira) – Carnaval - Ponto Facultativo, pagã/religiosa
25 de fevereiro (4ª-feira) - Quarta-feira de Cinzas - Ponto facultativo até as 14h, religiosa
10 de Abril (6ª-feira) - Paixão de Cristo - Ponto Facultativo, religiosa
12 de Abril (Domingo) - Páscoa
21 de abril (3ª-feira) – Tiradentes - Feriado Nacional, cívica
1º de maio (6ª-feira) - Dia Mundial do Trabalho - Feriado Nacional, social
11 de Junho (5ª- feira) – Corpus Corpus Christi - Ponto Facultativo, religiosa
7 de setembro (2ª-feira) - Independência do Brasil - Feriado Nacional, cívica
12 de outubro (2ª-feira) - Nossa Senhora Aparecida - Ponto Facultativo, religiosa
26 de outubro (2ª-feira) - Dia do Servidor Público - Ponto Facultativo, social
2 de novembro (2ª-feira) - Finados - Ponto Facultativo, religiosa
15 de novembro (Domingo) - Proclamação da República - Feriado Nacional, cívica
24 de dezembro (5ª-feira) - Véspera de Natal - Ponto Facultativo após as 14h, religiosa
25 de dezembro (6ª-feira) - Natal - Feriado Nacional, religiosa
31 de dezembro (5ª-feira) - Véspera de Ano-Novo - Ponto Facultativo após as 14h, laica

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Brasil das Farras!



Depois da proibição da farra do boi, prática comum no sul do Brasil onde o animal é solto no meio de uma multidão que tenta, usando paus, chicotes e objetos cortantes, vence-lo pelo cansaço ou feri-lo mortalmente, parece chegar "ao fim" a farra das passagens aéreas no país.

A do boi é considerada crime. O artigo 32, da lei federal 9.605, diz que aquele que "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres" fica sujeito a uma pena que varia de três meses a um ano de detenção e multa.

Já a distribuição de passagens de avião aos parlamentares está longe de ser considerada crime, mas pesa na consciência quando ameaça estremecer a relação deputados e opinião publica, visto que muitos deles buscam continuar no cargo após as eleições de 2010. E quando se fala de aposentadoria de cargos públicos, aí sim a coisa muda.

O boi, assim como os cofres públicos, sente na pele a irresponsabilidade daqueles que subestimam a inteligência publica. Com o fim da farra a Câmara já prevê economia de cerca de 18 milhões de reais.

Mas enganados estão aqueles que pensam que os deputados vão abrir mão dessa regalia. Parlamentares e assessores continuarão viajando as custas do dinheiro do cidadão. Em vez da farra, só uma festinha, com viagens agora restritas somente para dentro do país.


“A decisão restringe apenas ao parlamentar e assessores, com autorização, o uso das passagens. Determina ainda que as viagens com a cota só podem acontecer dentro do país e mantém a redução de 20% dos valores destinados aos parlamentares por esta rubrica. Os valores não usados dentro do ano serão devolvidos à Câmara. Os gastos serão publicados até 90 dias após realizados”.

Fonte: Portal G1
Mais sobre a Farra do Boi em: http://www.farradoboi.info/o_que_e.shtml

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Céu e Inferno. Do humor clássico ao negro

Rafinha Bastos, Marcelo Tas e Marco Luque. Representantes da nova tendência do jornalismo brasileiro

Por Leonardo Souza

Perguntas sarcásticas, expressões com duplo sentido, palavras irônicas. Quem já não morreu de rir ou pelo menos ensaiou um sorriso de “canto de boca” ao assistir um arrogante político passando por saias-justas em pleno horário nobre da tv. Estes são alguns dos atrativos do jornalismo bem-humorado, estilo crescente na mídia brasileira e muito bem representado pelos “homens de preto” do programa da rede Bandeirantes, CQC, Custe o Que Custar.

O formato, porém, não é novidade. Nos anos 80 o ator Marcelo Tas (coincidência ou não, o mesmo que comanda a atração semanal da Band, CQC) fez sucesso com o personagem humorístico Ernesto Varela, um repórter que ironizava personalidades políticas com perguntas desconcertantes. Varela ficou conhecido nacionalmente por perguntar ao deputado Paulo Maluf se ele concordava em ser chamado de corrupto. O político, surpreso, deu as costas e deixou a sala onde era entrevistado.

Outro velho conhecido no país, por misturar humor com “pitadas” de jornalismo é o programa Pânico na TV, da RedeTV, que vai ao ar aos domingos, a partir das 20h30. A atração famosa pelas entrevistas dos repórteres Vesgo e Sílvio, também é alvo de criticas, acusada de extrapolar os limites éticos. E essa questão deve ser abordada pelos defensores do estilo: Existe limite para o humor no jornalismo?

Prática comum nos impressos populares, as sacadas “bem humoradas” do jornalismo atual podem soar como uma agressão aos princípios éticos da profissão e ir além da característica básica da informação. Como aconteceu em uma edição do diário carioca O Dia, que retratou o afastamento do ator protagonista da novela Negócio da China, Fábio Assunção, da Rede Globo, por dependência de cocaína, com a manchete “Fábio Assunção dá um tempo na carreira”.

Entretanto em tempos de “desgraça” onde assassinatos, escândalos e tragédias tomam conta dos noticiários, a mistura humor e informação pode ser considerada uma ferramenta importante para resgatar leitores cansados da realidade negativista. Seria uma forma de amenizar as dificuldades e aumentar as vendas na banca. Um eufemismo em prol da economia dos jornais.

É evidente que o estilo já tem espaço cravado na mídia brasileira, seja de forma apelativa ou não. A cautela, porém, não pode ser deixada de lado, pois o jornalismo deve acima de tudo informar, não apenas ser “engraçado”. È o que nossa mãe sempre dizia: “Doce em excesso faz mal meu filho”. É mamãe, humor também!


Pânico na TV! Questionado por exceder o limite do humor na informação

Aproveitando a onda de questionamentos sobre o humor e a informação, na próxima postagem você confere aqui a entrevista concedida pelo repórter e humorista Oscar Filho, do CQC, durante passagem por Lorena-SP.

Não perca!

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